25 July 2007

Parábola

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No silêncio do parque abandonado
O repuxo prossegue a sua luta;
É um desejar alado
A sair de uma gruta.
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Ergue-se a pino no céu como uma lança;
Ergue-se a pino, e sobe na ilusão;
Até que a flor do ímpeto se cansa
E cai morta no chão.
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Mas a raiz do Sonho não desiste;
Subir, subir ao céu, alto e fechado!
E o repuxo persiste
Na solidão do parque abandonado.
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Miguel Torga
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*imagem in http://photos1.blogger.com
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3 comments:

o Reverso said...

foi um regresso em força.
ainda bem?

teresamaremar said...

Olá Triliti

não é exactamente um regresso em força. Para este blog apenas fiz um post novo, todos os outros faziam parte do anterior Horas-e-Deshoras, que foi o meu primeiro blog, e que tinha deletado.

Por vezes, o corpo e/ou a alma pedem pausas. Há que não contrariar. O tempo já passa depressa quanto baste, há que não o apressar. E deixar fluir, esperar desimportados, até que o clic se faça e estejamos de volta a nós. Porque sempre regressamos, acontece até que frequentemente mais fortalecidos.
:)

Obrigada pela visita

CHEVALIER DE PAS said...

Mais um que gostava do pino!

Há é poucas pessoas a fazê-lo!
gosto da "imagem" que o pino dá!