17 July 2007

Teias de Afectos

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"... mergulho às vezes as mãos na minha esperança, mas retiro-as ao cabo de algum tempo, antes que se transformem em raízes. Destapo uma vez mais o ralo.
Assim corre a amizade - penso, olhando o redemoinho - assim correm os afectos, que depois de encherem a bacia onde a custo os lavamos sem os fazermos transbordar, se escoam sem regresso em direcção ao caos."
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Luís Miguel Nava
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*Imagem Julio Cesar Garcia Garnateo
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1 comment:

Zénite said...

Uma desilusão que cresce das raízes. Sem esperança.

Muito sugestiva, a imagem.


Num desapego de afectos, a esperança que morre ali mesmo.
Na matriz gelatinosa do caos onde medram as teias do desengano.
Como folhas secas que do Outono baixam e se arrastam pelo chão duro,
liso e frio, em cumprimento da desfolha da solidão.



Abraço, amiga.