15 December 2007

Renas e duendes... não tarda é Natal
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De manhã à noite, o Pai Natal lê cartas e dá instruções aos seus duendes. Noite e dia, duendes apressados e atarefados, fabricam, devotadamente, presentes e presentes, escrevem endereços e colam selos em inúmeros envelopes.As mamãs duendes pintam, de vermelho e dourado, quilómetros de fitas que os seus dedos transformam em exuberantes laçarotes, e passam a ferro folhas de papéis coloridos que sobraram do Natal anterior.
Este Outono, nasceram mais uns quantos duendes bébés na Korvatunturi, a Montanha da Orelha. Exactamente, a casa do Pai Natal fica na Montanha da Orelha, algures na Lapónia finlandesa, que tem, de facto, a forma de uma grande orelha, único lugar onde o Pai Natal pode ouvir todos os desejos, e onde chegam todas as vozes das crianças e adultos do planeta.
E nasceu, também, mais um bébé na família Rudolf, que este ano ainda dorme tranquilo no seu pequeno berço, mas, certamente, no próximo Inverno, acompanhará o avô Rudolf céus afora, guiando o trenó de renas até às chaminés de todos os meninos.
A noite cai cedo na Montanha da Orelha. Para lá da janela embaciada, há campos brancos, telhados pequeninos que pingam cristais azuis, um lago gelado de estrelas adormecidas e um cobertor de diamantes que ilumina todos os lobos e ursos, coelhos e outros animais da montanha, que na neve correm, e, entre pinheiros disfarçados de algodão doce, se escondem e brincam.
Já tarde, quando os duendes adormecem cansados, o Pai Natal, quentinho e aconchegado, senta-se na sua cadeira de baloiço e responde a todos os meninos do mundo. Ilumina-o um sorriso fantástico e pensa em coisas boas, pois os bons pensamentos chegam junto das pessoas em que pensamos.
Aqui, mais a sul, onde o frio demora a chegar, a neve teima não cair, mas as luzes multicores se já acenderam, não tarda será também Natal.
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Morada do Pai Natal...
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SANTA CLAUS MAIN POST OFFICE
96930 Arctic Circle
FINLAND
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3 comments:

náufrago do tempo e lugar said...

Texto poético, deliciosamente encantador. Gosto da paz, do enlevo e do calor que dele emanam, e dos
rostos e das vozes e dos passos sobre o fio nevoso que tarda sobre o caminho flanqueado por ásperas falésias e
agrestes morrarias. E gosto do Pai Natal e da rena Rudolf, a terna guia de todas as renas na gélida noite que cedo cai na Montanha da Orelha. :))

Obrigado por nos deixares a morada do Pai Natal. Talvez ainda vá a tempo de . :)


Abraço e votos de uma boa quadra natalícia.

náufrago do tempo e lugar said...

Porque caminhamos a passos largos para o solstício que gera o Natal…

breve e solsticial, a tarde esfria.

flutuando no vento vago do entardecer,
há um cheiro a chuva e a castanhas assadas
e um frémito de guarda-chuvas à saída do metro.

e há montras, muitas montras
chorando lágrimas sobre a calçada, e
muitas luzes varrendo a agonia do crepúsculo.
sobretudo muitas luzes fulgentes que
pendem como cristais dos varais da noite.
desta noite que nasce do frio
e que com ele corre e com os embrulhos
na busca inquieta e acelerada do natal.


Especial referência para Dean Martin e para a sua rena R., de nariz vermelho. :)

Abraço.

teresamaremar said...

Ahhh mas ele responde Peregrino :))

o meu filhote escreveu anos seguidos e ele sempre respondia.

Uma carta tamanho grande, cheia de bonequinhos, ora eram duendes trabalhando arduamente nas ofícinas do Pai Natal, ora outros embrulhando brinquedos, ora o Pai Natal, numa cadeira de baloiço, lendo os pedidos, com montanhas de cartas à volta dele...

:)

é necessário escrever cedo, inícios de Novembro, pois a resposta demora, já que muitos são os afazeres :))